Olááá leitores! Eu vou ser bem breve na introdução, então espero que gostem, um beijo e uma boa leitura :).
Capitulo 2
- Thalita, por que Johãna nem hoje? – Perguntei em quanto ela
me acompanhava até a sala, nosso grupo era basicamente Thalita, eu, Johãna e Jim
que estava comendo pipoca encostado em uma murretinha ao meu lado. Jim olhou
para mim com uma cara estranha ao fazer essa pergunta. – O que foi Jim? – Ele
não respondeu, apenas virou a cabeça e olhou para o outro lado.
- Eu não sei... Eu passei na casa dela antes de vim, a mãe
dela também não estava. Nem o pai... nem o Jhonni. – Franzi as sobrancelhas e
pensei quem qual hipótese poderia fazer a família Kraoni sair da cidade ou
desaparecer assim, sem mais nem menos. Não fazia idéia do que poderia fazer
isso, nem mesmo hipóteses.
Ainda bem
que só temos mais uma aula, pensei, ai poderia parar na casa de Johãna depois de
sair do trabalho. O dinheiro que ganhava era 40% para mim e o resto ia direto
para minha poupança da faculdade, meus pais também faziam isso, porem em menos
quantidade, Minha mãe destinava 10% e meu pai 15% de seus salários, mas já era
bastante coisa, a faculdade de fotografia não era tão cara, porem o status da
faculdade que eu já estava inscrita fazia o valor subir alguns mil. Eu achava
aquilo ridículo, “status da faculdade”, era como colocar valor em coisas
como... como... um copo de água, não iria mudar nada na sua vida, alem de você
ter certo status na sociedade, por estudar em uma faculdade cara.
As aulas passaram mais rápido do que eu esperava, o sino
bateu e eu fui direto para meu curso que – finalmente – eu estava terminando.
Como sempre, técnica de câmera e lentes, estilos de iluminação e decoração do
ambiente fizeram parte do curso que eu amava. Após uma hora e meia de cursinho,
eu corri 3 quadras para chegar ao estúdio, tinha uma seção de fotos agendada
para 2 minutos e eu com certeza chegaria atrasada. Quando cheguei lá,
cumprimentei meu chefe e logo tirei minha câmera da mochila, a câmera que eu
usava era uma Canon D7100 18-105 mm, sua lente era bem aberta, apesar de
pode-la trocar sempre que precisasse. Em casa eu tinha mais 3 lentes, o que era
um numero bom, considerando que cada lente custava sempre acima de 5 mil reais.
Passei pela porta de vidro, cumprimentei meu chefe que estava
editando fotos de um bebe em um cestinho cheio de ovinhos e corri ao estúdio. O
clima lá dentro estava frio e meu coração parou por um seguindo ao ver meu
assistente. Ele me deva medo, sua pele era tão branca que seria possível ver
suas veias se ele tirasse aquele casaco preto de seus braços, ele tinha os
cabelos tão pretos quanto os olhos e de sua pele eu sentia uma energia muito
forte se espalhar pelo ambiente. Assim que me viu ele sorriu, e aqueles dentes
brancos meu fizeram gelar.
- Boa tarde chefe! – Ele disse animado.
- Eu não sou sua chefe, você é só meu assistente – Tentei
parecer o mais fria possível, mas minha voz estava falhando. Ele sorriu ainda
mais e eu dei um passo para trás. Ele realmente me assustava. – Só um minuto. –
Dei as costas e corri para a sala da frente, que agora tinha uma moça com uma
sacola de roupas e com uma sombra preta nos olhos que destacavam os mesmos de
tal forma que chegavam a hipnotizar, ela era uma linda moça. – Du? – Chamei meu
chefe, ele insistia em não ser chamado de Eduardo, achava aquilo muito informal
para nosso trabalho, ele tirou os olhos do computador, olhou a garota magra que
mexia no celular e depois olhou para mim.
- Mag? – Ele respondeu erguendo as sobrancelhas. – Você não
devia estar tirando as fotos para o book dessa linda moça? – Ele olhou
novamente a moça que sorriu ao ouvir o sincero elogio.
- Du, aquele meu assistente... Ele... Duuuu – Choraminguei
sem conseguir fazer as palavras saírem por completo. Ele me olhou com uma cara
confusa.
- Mag, eu sei que ele é estranho, mas eu preciso de um
assistente para você, eu não posso ficar ajudando a trocar os cenários todas as
horas, - Ele tocou em meu braço – Tenta ficar com ele por pelo menos alguns
dias, para ver se a mais alguém interessado aparece por aqui, mas eu realmente
não posso mais ficar te ajudando, o book que eu estou editando não para de dar
erro e eu não estou conseguindo mais sair do computador nem para tomar água,
são 150 fotos e eu só editei 50 até agora! E depois desse eu ainda tenho as
fotos daquela modelo e as daquela loja. Por favor... faz isso por mim. Se ele
fizer alguma coisa é só gritar e eu corro lá pra dentro daquele estúdio com
todas as tesouras que eu achar, okay? – Ele sorriu e se virou para o
computador. – E... Margo – Ele sorriu – você tem que parar de editar fotos
nesse computador, olhe ao seu redor, existem 15 computadores para você fazer
isso, inclusive o seu! – Ele tirou da enorme impressora um maço de folhas e me
entregou, eram as fotos que eu havia tirado ontem, para uma loja que estava
começando a ficar conhecida na cidade, a modelo era loira e tinha olhos azuis,
aproveitei que estava sozinha no estúdio e editei as 30 fotos da loja, esqueci
de tirar da fila de impressão e elas devem ter saído no meio das impressões
dele.
- Desculpe... – Falei, sabia que ele não gostava que eu editasse
em seu computador, mas ele era o mais rápido de todos. – Desculpe... – Repeti.
- Okay... Christian? – perguntei olhando por cima do ombro,
não conseguia decorar seu nome, era algo como Christian, Chriam...
- Christopher – Ele disse com uma voz calma, mas parecia...
parecia... era como se a qualquer segundo ele fosse explodir e batesse em todos
que estivessem na sua frente. Estar
ao seu redor era como estar em um campo de batalha, você se sentia sozinha, com
medo e indefesa.
- Tanto faz... ham... deixe-me ver... – Troquei a lente da
câmera para uma mais fechada, a luz do flash estava deixando a garota mais
branca do que era, queria que a luz entrasse de maneira natural, não forçada.
Fiz um teste com a nova lente e fiquei feliz com o resultado. – Christopher,
você poderia levar a moça para a sala C-2? A que tem um piano, eu quero fazer
algumas fotos com ela lá. – Okay... talvez o estúdio não fosse tão pequeno
assim, ele era o estúdio da faculdade que eu pretendia fazer e essa ala da
faculdade tinha cerca de 25 salas, além de um bosque e um jardim, apenas para
fotos. Tudo lá era muito mágico e eu tinha sorte de trabalhar lá mesmo ainda
não sendo formada.
- Sim senhora. – Ele pegou a mão da moça, com muita
delicadeza e a levou para as portas dos fundos, que dava em um corredor, que
levava as salas, e depois a faculdade. Fui até a porta da frente e tirei a
cabeça para fora.
- Du, eu vou para a sala C-2, ela está aberta? O meu
“assistente” lá está com as chaves? – Fiz aspas exageradas no ar em quanto
falava a palavra “assistente”, estava acostumada a trabalhar sozinha, não
estava acostumada a ter alguém sempre ao meu dispor.
- Sim, ele está com as chaves, toma cuidado viu mocinha, e
qualquer coisa é só gritar! – Ele piscou um dos olhos em quanto falava. – Marg,
só uma coisa, você poderia pegar, para esse jovem velhote aqui, na gaveta da
esquerda, aquele pacote roxo? – Estranhei a pergunta, a gaveta ficava a dois
passos de distancia dele, mas fiz o que ele pedia.
Me abaixei e puxei a gaveta, de fato havia um pacote
quadrado, talvez um pouco retangular, coberto por um papel de presente roxo, e
em cima dele as palavras “para Mag” estava escrita em um preto cintilante.
- Feliz aniversário priminha! – Ele me abraçou e deu um beijo
em minha bochecha, olhei pasma para ele, ele era meu chefe, meu primo, mas meu
chefe, ele não tinha que me dar nada, além do meu salário. Olhei pra ele com as
sobrancelhas franzidas.
- O que é isso? – Olhei a caixa.
- Teu presente de aniversario, oxe – Ele se sentou na cadeira
novamente – Agora vá tirar aquelas fotos logo! E aproveite teu presente!
Estava indignada, ele não tinha que me dar presentes, eu não
era acostumada a isso, o máximo que eu ganhava eram pequenas festinhas que
minha família fazia.
- Mas eu quero que você abra depois, quando terminar as
fotos, quando não tiver ninguém por perto, e se você puder, abra apenas quando
estiver comigo... por favor.
Aquilo não podia ficar mais estranho. Mas eu não podia estar
mais enganada.
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